Liberdade capilar: como adotar este movimento

Falar em liberdade capilar é inevitável quando pensamos na importância do cabelo para a estética e autoestima das mulheres. Historicamente, as madeixas sempre foram sinônimo de força, status social, político ou religioso, símbolo de poder e de beleza. Nosso cabelo é muito mais do que uma parte do corpo: é uma ferramenta de identificação, de autoconhecimento e de expressão. Então, por que não usá-los da forma que desejamos, livres das amarras dos padrões de beleza?

Pode parecer exagero, mas há pouco tempo, a norma para as crespas e cacheadas era o alisamento: gerações e gerações de mulheres que adotavam o procedimento tão cedo, que nem ao menos conheciam suas texturas naturais. Já para os homens cacheados e crespos, a única opção era usar os fios raspados ou bem curtos.

Hoje, ao olharmos ao redor, a história é bem diferente. A diversidade, principalmente em relação aos fios cacheados e crespos, é muito maior, graças à discussão sobre padrões de beleza, racismo, e claro, liberdade capilar.

Afinal, o que significa “liberdade capilar”?

A liberdade capilar se refere ao ato individual de usar o cabelo livremente, da forma que quiser, sem medo de discriminação social. Ter o cabelo livre significa poder expressar sua cultura, religião, ideais políticos e identidade pessoal através das madeixas, sem sofrer julgamentos e consequências negativas. O conceito pode parecer simples, mas se pensarmos que, historicamente, alguns tipos de texturas, estilizações e cores de cabelo carregam diversos estigmas negativos, essa liberdade não é tão simples assim.

O conceito de liberdade capilar surge em resposta a diversos momentos históricos em que os cabelos sofreram preconceito, discriminação e boicote, em especial aqueles associados a pessoas negras ou outras etnias ou culturas não-brancas: o cabelo cacheado, crespo, tranças afro e dreads são alguns exemplos de estilos capilares que, aqui no Brasil, até pouco tempo atrás, eram erroneamente associadas com desleixo, sujeira, ou até mesmo a criminalidade por grande parte da população, um sintoma direto do racismo estrutural.

A liberdade capilar é um conceito que reconhece e celebra a diversidade que existe nos cabelos, e sabe que, através deles, vemos o reflexo de diferentes culturas, identidades e vivências que existem na nossa sociedade. A liberdade capilar também busca quebrar estigmas e preconceitos que obrigam as mulheres a se encaixarem em um padrão que as reduz a caixinhas pré-moldadas, além de reconhecer que é através do cabelo que elas podem deixar suas personalidades únicas florescerem através da criatividade. Por isso, se você já pensou em mudar os cabelos, ficou com medo do resultado, ou do que as outras pessoas vão pensar, considere a liberdade capilar como a sua maior aliada. E também, como um sinal para você se arriscar e ter o visual com o qual você sempre sonhou.

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