Entenda por que os pais deveriam dosar o tempo das crianças na internet
- 5 de março de 2020
- 15:19
- Talitha Benjamin
Não dá para negar que a internet trouxe diversos recursos com os quais seria impossível viver atualmente. Ela facilita o acesso a uma infinidade de informação, entretenimento, educação e principalmente, a comunicação. Com a popularização desses recursos e das mídias sociais, mais e mais pessoas estão presentes nas redes.
Uma infinidade de conteúdo é produzido todos os dias, para todos os gostos, inclusive os infantis e juvenis. Atualmente, cerca de 1 bilhão de pessoas no mundo todo possuem perfis em alguma rede social e, ao mesmo tempo em que são úteis, essas redes também podem esconder perigos, em especial para as crianças.
Um estudo realizado pela Intel Security aponta que 83% das crianças e adolescentes (entre 8 e 12 anos) estão presentes nas redes sociais. A mesma pesquisa aponta que 48% deste grupo admite esconder as atividades virtuais dos pais.
Muitos pais, por não entenderem o mecanismo da internet e não terem dimensão do seu alcance, acabam por deixar que a exposição dos filhos nas redes sociais continue sem supervisão. No entanto, de acordo com a pedagoga Tássia Assis, os pais são inteiramente responsáveis por monitorar e ter consciência de todo tipo de meio de comunicação com o qual a criança tenha acesso.
Os perigos da exposição dos filhos nas redes sociais
A pedagoga ainda afirma que o grande perigo das redes mora justamente na facilidade de compartilhamento: “em poucas horas, uma imagem ou um perfil podem ser acessados, curtidos e compartilhados por diversos meios, milhares de vezes”, explica, e por causa disso, a criança ou adolescente se torna vulnerável a diversos perigos, muitos deles gravíssimos.
Dados da Aliança “WePROTECT”, organizadora da Cúpula Global de Enfrentamento à Exploração Sexual Infantil pela Internet, uma organização que envolve 90 países (incluindo o Brasil) afirmam que 1 em cada 4 crianças ou adolescentes já receberam algum tipo de conteúdo pornográfico pela internet (texto, imagens ou vídeos).
É consenso entre diversas organizações e autoridades legais especializadas no combate à esse tipo de crime que a exposição de crianças e adolescentes nas redes sociais contribui para o aumento dos casos de exploração sexual e assédio.
A exposição de adolescentes sem monitoramento nas redes também levanta o risco de casos de cyberbullying e o assédio virtual.
Por causa do espaço ilimitado e da rapidez com as quais as imagens e mensagens se alastram, comentários depreciativos, discriminação e agressões verbais e psicológicas acabam ficando impunes, justamente por permitirem a comunicação direta, anônima e sem limites.
Como os pais podem proteger os filhos dos riscos da exposição nas redes sociais?
De acordo com Tássia, a melhor opção não é, ao contrário do que muitos pais fazem, proibir o uso das redes. Precisa haver uma conversa de conscientização entre pais e filhos sobre os perigos que a internet oferece, e manter um canal aberto para que os filhos se sintam seguros para compartilhar a sua experiência e comunicar eventuais problemas: ”é preciso limitar o uso, acompanhando de perto, sempre orientando para sua maior segurança possível”.
Vivenciar as experiências virtuais dos filhos também é essencial: “estabelecer alguns limites, como um horário pré-estabelecido é um dos cuidados que os pais podem tomar”, aconselha a pedagoga. Ter as senhas dos filhos, usar recursos de bloqueio para sites com conteúdo impróprio também são cuidados essenciais para garantir uma experiência virtual segura. É importante destacar, no entanto, que o intuito dessas ferramentas é controlar o conteúdo acessado, e não a privacidade dos filhos e seus interesses pessoais.