Conheça o Tomboy: o estilo que flerta com o guarda-roupa masculino

Na moda, a androgenia é bastante comum – tanto que diversas marcas têm apostado, cada vez mais, em peças sem gênero, ou seja, que podem ser usadas tanto por homens quanto por mulheres. Mas, a modelagem tida como masculina, há tempos, invade o guarda-roupas feminino. O início dessa quebra de paradigma fashion aconteceu lá na década de 40, durante a Segunda Guerra Mundial.

Naquela época, enquanto os homens encaravam as trincheiras, as mulheres assumiam o mercado de trabalho – afinal, precisavam manter suas casas e, em muitos casos, os filhos. Diante desse cenário, as saias longas saíram de cena para dar espaço a peças práticas, que permitissem que trabalhassem de forma mais livre. Camisas, calças e macacões já não eram mais restritos ao universo masculino.

Décadas mais tarde, mulheres do mundo todo, inspiradas pelas atrizes de cinema e estilistas à frente de seu tempo, adotaram o estilo andrógeno, colocando em seus closets gravatas, calças de alfaiataria e ternos.

Hoje em dia, com a ascensão feminina, a moda sem gênero nunca fez tanto sentido. Afinal, vestir-se como quiser e com a peça que quiser, pode ser mais libertador do que você imagina. Assim, inspire-se em looks que flertam com o guarda-roupas masculino e entenda como o estilo Tomboy pode, sim, ser estiloso, confortável e muito prático.

O terno é para todas

Quem disse que camisa branca e terno não podem ganhar ares femininos? A combinação é coringa e pode ser usada com calça jeans e coturnos ou até mesmo saias-lápis – a escolha é sua. O look está livre para passear entre o ambiente coorporativo e ocasiões informais, já que peças em alfaiataria garantem elegância e modernidade, tudo ao mesmo tempo.

Modelos acinturados de camisa e ternos garantem feminilidade ao look.

Toque geek no guarda-roupas

Camisa fechada até o último botão e calça de cintura alta é o casamento perfeito para um look leve, porém com uma pegada nerd – ótimo para tirar a roupa do trabalho do lugar comum. Cores neutras garantem sobriedade, possibilitando combinações diversas com outras peças, podendo ser mais ousadas ou clássicas.

A estampa de insetos traz um toque de humor à camisa, peça conhecida, muitas vezes, por sua seriedade.

A cintura marcada e o laço acentuam e destacam a silhueta feminina.

Macacão é sinônimo de praticidade

Apostar em uma peça única, como o macacão, é prático e sem erro – basta vesti-lo e pronto. Mas, isso não significa um look sem graça. Até porque o pretinho nunca sai de moda e nunca deixa ninguém na mão, certo? Se quiser dar um up para essa peça tão icônica, aposte um uma parka verde militar para quebrar com a monocromia. Aliás, o militarismo, que segue em alta até os dias de hoje, é uma das cores mais presentes no Tomboy. Aposte!

A modelagem solta da parka e o laço do macacão se contrapõe a paleta de cores sóbrias, deixando o visual mais leve.

O tênis ganha toques para lá de femininos com o cadarço de cetim e o brilho que o cobre por inteiro.

A gravata pode ser sua aliada ideal

Gravatas costumam ser associadas a ternos masculinos e trajes sociais. Mas, não precisa ser assim: usá-la com uma camisa branca feminina e uma calça destroyed, de corte reto, tira o acessório do lugar comum e dá a ele outra cara – uma ótima troca com o colar, não?

Gravatas de corte mais fino são mais delicadas e, portanto, não pesam no look. A estampa colorida garante leveza e estilo.

A seriedade perde a vez quando a camisa social é combinada com uma calça rasgada. O contraste traz uma pegada moderna ao visual.

Macacão para ocasiões descontraídas

O macacão em si já é uma peça sem gênero e, portanto, usado por homens e mulheres. Combiná-lo com uma camiseta e uma jaqueta xadrez – itens para lá de básicos, reforça ainda mais a ideia andrógena e versátil dessa peça. O resultado é um look descontraído e confortável.

A mistura de estampas não só traz pontos de cor ao macacão como também dá um toque ousado, porém, divertido ao visual. Repare como a modelagem babylook da camiseta torna-se o elemento chave feminino da combinação.

Reza a lenda que o modelo Oxford era usado por estudantes da Universidade de mesmo nome para caminharem pelo campus com mais conforto. Não demorou para que o modelo migrasse para o universo feminino. No século XIX, mulheres adotaram o uso e, hoje, o modelo segue firme e forte.

Agradecimentos
Make e hair: Marco Leta
Styling: Marina Cassoli
Modelo: Ellen Pinaffi, agência Another