O que é uma rede de apoio, e por que ter uma por perto é importante?
- 5 de dezembro de 2022
- 12:04
- Salon Line
O que é uma rede de apoio?
Quando falamos de rede de apoio, falamos de um grupo de pessoas que acompanham você em momentos difíceis e estão dispostas a ajudar quando necessário. Pode parecer um conceito meio amplo, mas esse grupo de pessoas é essencial para o desenvolvimento humano, principalmente se tratando de períodos delicados na vida da mulher. Durante a maternidade, por exemplo, este grupo está ligado diretamente na qualidade de vida, socialização e desenvolvimento tanto da mãe quanto da criança.
- Vamos usar um exemplo: uma mãe puérpera ou com filhos pequenos encontra dificuldades em fazer tarefas básicas, como cozinhar, tomar banho e pode até mesmo se tornar reclusa por conta dos cuidados necessários com a criança. Nesse caso, a rede de apoio se torna essencial para oferecer apoio nas tarefas básicas, como, por exemplo, cuidar da cria enquanto a mãe sai para completar tarefas necessárias, ou até mesmo para sair e socializar.
- A rede de apoio não se resume à maternidade. Estar com as pessoas que apoiam e ajudam você é essencial para diversos momentos da vida, desde um término conturbado até a perda de uma pessoa próxima. Em casos traumáticos, por exemplo, a recomendação universal da ciência é de que as pessoas frequentem terapias de grupo para passarem por momentos difíceis conversando e discutindo o que aconteceu.
Por que a rede de apoio é tão importante para as mulheres?
A solidão feminina é real e ela pode ser observada por números concretos: uma pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Mastologia aponta que a mulher tem seis vezes mais chances de ser abandonada pelo marido ou parceiro após descobrir uma doença grave. Já outro estudo, encomendado pela Famivita, empresa especializada em saúde feminina, mostra que quase 70% das mulheres são abandonadas pelo parceiro após a descoberta de uma gestação. Esse abandono pode ser refletido até mesmo nos números da população: de acordo com o censo de 2010 do IBGE, 290 mil mulheres moram sozinhas na cidade de São Paulo, enquanto homens somam apenas 215 mil.
Quando falamos sobre mulheres vítimas de violência doméstica ou presas em um relacionamento abusivo, a falta de informação, apoio familiar e dos amigos e, consequentemente, o medo de estar sozinha são uma das principais barreiras que as impedem de pedir ajuda ou de ter coragem para se removerem da situação. Pensando assim, vemos que o amparo afetivo e fraterno ainda é um privilégio que, muitas vezes, só existe para o homem.
A rede de apoio entra para combater diretamente a ideia de que a mulher serve para cuidar e doar, e não para ser cuidada. Não estamos falando de favores e, sim, de nutrir relacionamentos que possam gerar sensações boas de acolhimento. Em momentos delicados e de dificuldade, o amparo social, afetivo e emocional é necessário para a recuperação, superação e desenvolvimento.
Como identificar a sua rede de apoio?
É só se perguntar: quem são as pessoas com quem você pode contar se passar por uma dificuldade? Aquelas que te visitariam no hospital, ou que você confiaria para cuidar dos seus filhos ou animais de estimação em uma emergência? Essas reflexões vão ajudar a entender melhor quem te dá a mão.
Mas, atenção: esse assunto requer também o exercício da empatia e da compreensão, afinal, é fácil entender as suas próprias necessidades e dificuldades, mas e as dos outros? Pode acontecer de aquele amigo que não comparece muito esteja precisando tanto de ajuda quanto você. É importante também entender a necessidade de, além de possuir uma, você também pode ser a rede de apoio de quem você ama. Sabe aquela ideia de “ninguém solta a mão de ninguém”? É dando afeto e apoio que se recebe também, e lembre-se: você não está sozinha! Dá uma olhada abaixo em como você pode encontrar ajuda onde menos espera:
- Família ampliada: familiares, amigos, professores, colegas de trabalho e vizinhos são pessoas com quem você convive no dia a dia e que podem ser presenças positivas na sua vida, trazendo leveza, suporte e até mesmo distrações.
- Grupos de apoio na internet: às vezes, você pode precisar ouvir experiências diferentes e pode se beneficiar com a palavra de alguém que você não conhece pessoalmente. Nisso, a internet é sua maior aliada. Grupos de conversas nas redes sociais podem evoluir para grandes redes de apoio, nem que seja apenas para compartilhar vivências ou pedir dicas e conselhos.
- A sua empresa: em algumas necessidades, as empresas também fornecem cuidados que ajudam a não dificultar ainda mais quem passa por um problema especial, como, por exemplo: benefícios para cuidar da saúde física e mental, respeito aos horários e compromissos, ambiente leve e uma cultura de negócios e de relacionamentos humanizada. Cobre isso de seus gestores e colegas!
E se eu não tiver uma rede de apoio?
Não é frescura se sentir desamparada e sozinha, afinal, como vimos lá em cima, essa é a realidade de muitas mulheres no Brasil. Mas, como criar e nutrir uma rede de apoio? Essa questão é complexa, pois estamos falando de conexões humanas, mas dá para ter uma ideia de onde partir:
- Entenda — e explique — o que você precisa
Muitas vezes pessoas próximas a você estão dispostas a ajudar, mas não sabem como. Entenda consigo mesmo o que falta, e comunique a quem você ama. Não tenha vergonha de pedir ajuda. - Se abra e converse com quem você ama e confia
Novamente, não dá para esperar que as pessoas apenas façam favores e estejam disponíveis para você. O ideal é criar uma conexão genuína, onde as coisas fluam naturalmente por conta da confiança e do laço afetivo criado entre as pessoas. Acredite, só isso já faz toda a diferença. - Se abra para novas conexões
Esteja aberta para viver e conhecer pessoas novas. Para quem convive com a solidão, pode ser assustador se aventurar em experiências novas, mas é através dela que você conhece gente nova e faz novos amigos. - Invista em grupos virtuais e apps de relacionamentos
A tecnologia aproximou e simplificou os contatos e afetos, nos tornou capazes de criarmos e mantermos laços com pessoas diferentes, e até mesmo de outros lugares do mundo. É uma boa ferramenta para buscar acolhimento, identificação e vivências parecidas com a sua.