Sororidade feminina: saiba mais sobre esse conceito
- 20 de abril de 2018
- 08:58
- Luiza Olinda
De uns tempos para cá muito tem se falado sobre a sororidade feminina e como ela está relacionada ao feminismo.
De fato, a sororidade é um dos caminhos para quebrar paradigmas e estereótipos, e caminhar em busca de uma sociedade mais justa e igualitária para ambos os gêneros. Mas, você sabe o que é sororidade e como colocá-la em prática no seu dia a dia?
O que significa sororidade?
O termo sororidade é derivado da palavra em latim “sóror”, que significa “irmãs”. Logo, podemos dizer que a palavra sororidade pode ser interpretada como uma irmandade entre mulheres, fundamentada na empatia, no apoio e no companheirismo.
A sororidade é um dos principais pilares do feminismo moderno que, diferente do que muita gente imagina, não prega que os homens sejam exterminados da face da Terra. Mas sim, que ambos os gêneros possam ter os mesmos direitos.
Essa aliança -entre mulheres que se solidarizam, apoiam sem julgar umas às outras e estão preparadas para acolher outras mulheres- é fundamental para que diversos paradigmas sejam quebrados e haja mais união para lutar por um mundo mais igualitário, seguro e justo com as mulheres.
A seguir, vamos ver algumas atitudes que você pode ter no seu dia a dia para exercitar a sororidade, ajudando a mudar a cultura e a sociedade, em busca de um futuro melhor.
Como exercitar a sororidade: não julgue
Um dos principias pontos da sororidade consiste em não julgar outra mulher. Precisamos, urgentemente, perder o hábito de considerar que a outra é isso ou aquilo pela roupa que veste, pela maquiagem que usa (ou não), pelas suas preferências e gostos pessoais e por qualquer outro aspecto do seu estilo de vida.
Sabe aquela colega da faculdade que tem um estilo completamente diferente do seu e que você vive falando mal? Ela tem todo direito de se vestir como quiser, assim como você tem!
Quando damos o direito e liberdade para que outra mulher seja e viva da maneira como preferir, estamos conferimos o mesmo direito para todas as mulheres, inclusive para nós mesmas!
Como exercitar a sororidade: tenha empatia
A empatia é outro ponto central da sororidade feminina, e está diretamente ligada ao não julgamento.
Uma vez que passamos a não julgar as outras mulheres por suas escolhas e por aquilo que aconteceu com elas, desenvolvemos também a capacidade de nos colocar no lugar delas, e é isso que chamamos de empatia.
A empatia acontece muito em casos de feminicídio (assassinato de mulheres), mas devem ser empáticas umas com as outras, também, em situações menos extremas. Quando nos colocamos no lugar da outra, fica muito mais fácil a enxergar com uma igual -pois é o que somos- e oferecer apoio.
Como exercitar a sororidade: ponha fim a rivalidade
Existe uma cultura de que as mulheres são rivais umas das outras, e esse conceito está tão enraizado em nossa sociedade que, mesmo nós, mulheres, nos deparamos enxergando as outras como inimigas que precisamos derrotar.
Isso acontece no trabalho, na faculdade, com aquela vizinha do seu namorado e mesmo entre “amigas” que estão sempre tentando superar a outra em todos os quesitos possíveis.
Rivalizar com outras mulheres só nos distrai de lutar contra os inimigos que realmente precisam ser combatidos: preconceito, estereótipo, violência e a cultura machista como um todo.
Devemos parar de incitar a inveja e a competição entre as mulheres, e entender que a partir do momento em que uma mulher consegue vencer em algo, essa é uma conquista para todas as mulheres.
Como exercitar a sororidade: não culpe a vítima
Infelizmente ainda vivemos em um mundo em que a vítima de qualquer tipo de violência ou humilhação é constantemente culpabilizada, sobretudo se for mulher.
Quando um caso de estupro é noticiado, sempre há comentários expressando que “ela não deveria estar andando sozinha por aí nesse horário”, ou “se não estivesse com uma roupa tão curta não teria acontecido” e “será que ela está mesmo dizendo a verdade ou só quer chamar atenção?”.
Repare que em nenhum desses discursos prontos há menção ao agressor, mas apenas indicações sobre a possibilidade da vítima poder ter evitado de alguma forma o estupro, ou mesmo comentários que questionam a veracidade do relato.
Acredite, a violência pode acontecer com qualquer um e em qualquer momento e, independente do comportamento, forma de se vestir ou qualquer outra característica da mulher, NADA é justificativa para agressão ou desrespeito e a vítima NUNCA é culpada pela violência sofrida.
Como exercitar a sororidade: não fortaleça estereótipos
As mulheres ainda têm que lidar com diversos estereótipos que prejudicam todo o gênero, mas podemos combater essas ideias começando por nós mesmas.
Se você tem uma amiga que casou há alguns anos, não fique perguntando constantemente quando vão vir os filhos. Afinal, nem toda mulher casada tem que ser mãe, obrigatoriamente. Não diga para aquela sua amiga solteira que ela vai acabar “ficando para titia” ou se tornando a “solteirona” do grupo. Até porque, que mal existe em não querer se casar?
Esse tipo de discurso que acabamos reproduzindo sem pensar reforçam conceitos como os que dizem que a felicidade da mulher depende apenas de ter um homem em sua vida e que é dela toda a responsabilidade pela casa e pelos filhos, por exemplo. Portanto, isso precisa parar.
Agora que você já sabe o que é sororidade e conhece algumas formas de praticá-la no seu dia a dia, fale sobre isso com a sua mãe, suas amigas e propague o conceito de união feminina em prol de um mundo mais justo!