O que é privilégio branco e como ele afeta as relações sociais

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  • Talitha Benjamin
 O que significa privilégio branco

A Escravidão durou cerca de cerca de 300 anos no Brasil. Entre 1550 e 1888, milhões de pessoas negras foram traficadas e viveram como escravas no país. Mesmo após o seu fim, há 130 anos, as desigualdades políticas e socioeconômicas entre brancos e negros ainda estão latentes, e a segregação racial ainda pode ser observada em diversas camadas sociais.

A Abolição da Escravidão liberou os negros do trabalho forçado, mas não garantiu nenhum tipo de assistência para uma classe da sociedade que se encontrava em extrema desvantagem em relação aos brancos.

O preconceito e a segregação racial permaneceram firmes e fortes no imaginário social e, dessa forma, as instituições políticas e sociais foram formadas, forçando os negros a ocuparem os espaços de subserviência e negando acesso à educação, moradia, trabalho digno e ascensão social. Por causa dessa configuração, é sensato dizer que os brancos brasileiros se encontram em uma situação privilegiado em relação aos negros no Brasil.

O que é privilégio branco?

Privilégio é qualquer tipo de direito especial reservado à apenas um grupo de pessoas. Chamamos de privilégios sociais todas as vantagens que um indivíduo ou um grupo receba em detrimento de outras pessoas.

No Brasil, o racismo estrutural está presente em todas as instituições, incluindo nas relações de poder e interpessoais, o que confere às pessoas brancas privilégios que incluem diversos benefícios, como a chance de ter maiores salários, maior acesso à educação e menos chances de serem vítima de violência. Chamamos isso de privilégio branco.

O privilégio branco é consequência de um longo período de Escravidão e da falta de políticas públicas para reinserir os negros livres na sociedade. Esse é um fator silencioso, velado, que nem ao menos é reconhecido pela sociedade brasileira, que graças ao mito da democracia racial, cai na falácia de que o racismo não existe, quando, na verdade, vivemos sob um rigoroso regime de hierarquia social adaptado aos tempos modernos, no qual a pessoa branca detém os privilégios e as pessoas negras continuam em lugares de subserviência e desvantagem.

O Atlas da Violência de 2018 mostra que as pessoas negras representam 71,5% das pessoas assassinadas neste ano. Enquanto o número de assassinatos que vitimaram negros subiu, o que vitimaram pessoas brancas desceu. No mercado de trabalho, 64,2% dos quase 13 milhões de desempregados são pretos e pardos. Além disso, a renda per capita da população branca representa mais que o dobro da população preta (R$ 1097 contra R$ 508, segundo o relatório “Desenvolvimento Humano para Além das Médias”).

Ser branco significa estar, mesmo sem perceber ou concordar, em um local de conforto, diferente de pessoas de outras etnias marginalizadas (a população indígena no Brasil, por exemplo, também se encontram em um local de desvantagem social). Se vivemos em uma sociedade que se opõe, hostiliza e diminui os negros e qualquer aspecto da cultura negra, ser branco é estar constantemente com a vantagem sob as outras etnias. Chamamos isso de branquitude.

O privilégio branco está presente em diversos momentos da vida de um brasileiro. É pouquíssimo provável, por exemplo, que uma pessoa branca precisará se preocupar em ser confundido com um criminoso, ou em ser rejeitado em uma relacionamento por causa da sua cor, traços ou cabelo. Uma pessoa branca sempre terá ótimos exemplos de pessoas da sua cor na mídia. Ao entrar em uma faculdade ou em um novo emprego, uma pessoa branca não precisa se preocupar em provar constantemente que realmente merece estar ali por mérito próprio, e não para cumprir “cotas”.

Falar sobre privilégio branco e branquitude só faz sentido em um país estruturado pelo racismo. Isso quer dizer que o fato de uma pessoa ser branca não significa, necessariamente, que a sua vida não será difícil, que ela não terá dificuldades financeiras, não será vítima de violência ou que não sofrerá com o desemprego – mas sim, que a cor da sua pele não terá nenhum tipo de interferência em qualquer aspecto de sua vida. Diferentemente das pessoas negras, que desde a infância, passando pelos relacionamentos afetivos, amizades, empregos e círculos sociais precisam lidar com os efeitos negativos do racismo.

Como combater o racismo mesmo desfrutando do privilégio branco?

A desigualdade racial no Brasil é uma realidade dura e, acima de tudo, um problema estrutural que envolve todas as camadas e instituições políticas, sociais e econômicas – logo, ela precisa ser combatida por todos. O primeiro passo é reconhecer que a branquitude e o privilégio branco existem, e que elas garantem às pessoas brancas um lugar de vantagem em detrimento das pessoas negras.

Além de reconhecer os privilégios, é preciso que se reconheça que a desigualdade racial não é um problema das pessoas negras, e sim de toda a sociedade. Por isso, é dever de todos os cidadãos empenhar-se para não apenas ser contra o racismo, e sim ser antirracista, apoiando políticas inclusivas e de reparação histórica, que são essenciais para a criação de uma realidade mais justa e igualitária.



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